segunda-feira, 26 de julho de 2010

algum lugar

e o tempo segue desbotando as lembranças. e eu não sei viver de expectativa. e a vida já tratou de virar tantas páginas.

terça-feira, 20 de julho de 2010

mais cedo

alguma coisa caiu no chão do apartamento de cima e me fez despertar. eu sempre me queixo da falta de tempo para sentar e desfiar palavras, mas o barulho da coisa caindo no apartamento de cima me fez lembrar: hoje é o terceiro dia que passo praticamente sozinha dentro dessa casa, olhando a chuva pela janela, abrindo e fechando a janela, me incomodando com o cheiro de cigarro e tendo todo tempo do mundo a disposição para escrever merda qualquer e 'publicar postagem'.
não foi a falta de tempo que me afastou mas o excesso dele. tempo para ver filmes, tempo para desejar e te esperar chegar, tempo para me perder no seu abraço e tempo para viver uma vidinha bem mais ou menos, mas que dá um considerável salto qualitativo quando se coloca em questão a perspectiva de futuro. salto qualitativo: quando as coisas quantitativamente vão se acumulando até chegar o momento do salto de qualidade. Engels, lembra? o tal do salto... se não lembrar, tudo bem! não foi isso que eu quis dizer.
alguém cheio de verdades nos disse sobre egoísmo. eu admito e confesso que preciso dele. talvez você ainda pense naquela liberdade toda, em embriaguez(s)(verificar palavra) acompanhada de atitudes impulsivas e ressaca moral. eu me contento com os nossos carinhos, e isso não é renúncia, é objetivo. objetivamente tua mão me satisfaz, me arranca risos e suspiros, me afaga mesmo quando meus cabelos estão despenteados e cheios de nós. não, não é nós de nós dois, são nós plural de nó, aquele que dá no estômago naquele instante decisivo, entre o olhar, desejar e beijar, mas não é disso que eu tô falando, mas de uma cabeça cheia de cabelos e cheia de nós.
o interfone toca. devaneio breve. hora de acordar.