segunda-feira, 27 de agosto de 2012

do nosso amor...

não foi contigo que aprendi que não se joga nas costas de outro expectativas pessoais, mas é ao seu lado que eu sinto o quão bonito é ser sincero e consequente com as próprias escolhas.
não são as circunstâncias que determinam o amor.
contigo eu aprendi que não se constrói uma história semeando ilusões, comparações e remoendo o passado. o que é nosso se constitui do que somos agora e do que acumulamos. 
gosto dessa sua maturidade, desse seu jeito de me ensinar, me afagar e me dispor gentilezas sempre honestas, simples e discretas. você me ensinou que o amor não vive de proclamações, declamações e repetições. o amor só vive se for vivido. o amor não se contenta com amostras, por mais belas que se mostrem.
a gente é que sabe. eu sei, você sabe. já se vão mais de mil dias e esse amor ainda tá nascendo porque cada dia descobrimos, mudamos, buscamos juntos o que queremos dividir. não precisamos nos completar porque somos dois inteiros e não partes. simplesmente estamos juntos.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

vamos de canção

vamos andar
pelas ruas de São Paulo,
por entre os carros de São Paulo,
meu amor, vamos andar e passear.
 vamos sair pela rua da Consolação,
dormir no parque, em plena quarta-feira,
e sonhar com o domingo em nosso coração.

meu amor, meu amor, meu amor:
a eletricidade desta cidade
me dá vontade de gritar
que apaixonado eu sou.

nesse cimento, meu pensamento e meu sentimento
só têm o momento de fugir no disco voador.
 meu amor, meu amor, meu amor!
 
belchior

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

beijos na testa são tão afetuosos.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

como é boa a vida das pessoas!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

eu já nem sei o quanto sobrou de mim depois de sangrar todas essas feridas que você deixou. eu fui encorajada pelo claro do céu e pelas cores que escorriam dos seus ombros, pelo aconchego indeciso das suas mãos finas que não conhecem o peso e as marcas que deixam o trabalho.
eu que vivia de dentes à mostra sempre que te lembrar trazia o cheiro dos seus cabelos molhados pra ponta do meu nariz, que te recebi com flores rabiscadas pelas paredes após cada uma das tuas longas e tempestivas ausências.
eu fiquei sozinha sob a chuva. quando o céu desabou você correu pra se proteger e nem se lembrou de lembrar que correr é difícil pra mim. - eu também tenho medo de tempestades! mas me deixei não me mover pela incredulidade de que aquilo significa ser abandonada. eu nunca acreditei que os seus passos ligeiros sempre foram os anúncios, os sinais de que você se preparava pra esse momento, muito melhor do que eu porque você o premeditou. escolheu a hora e o momento, só não foi capaz de prever a chuva e não será capaz de imaginar o quanto de mim vai contigo, nessas tuas costas se afastando, refletindo luzes artificiais enquanto dobra uma esquina e eu já não te vejo nunca mais.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

pra onde vamos?

ele olhava fixamente para a armação cor de abóbora dos meus óculos novos e no momento seguinte abriu a boca pra dizer que não se sentia assim tão bem, não se sentia assim amando o suficiente nem feliz o suficiente. me pediu pra partir. quem sai? você ou eu? eu, ele respondeu.

na manhã em que ele não acordou por lá eu chorei por um dia inteiro. antes do dia terminar alguém refletido no espelho me olhou e disse: estamos livres!