domingo, 30 de novembro de 2008

presentinho




máscara de dormir da holly golightly! um luxo!

pela bagatela de quatorze dólares!



meu aniversário está chegando! acessem o fredflare e providenciem, seus imprestáveis!

sábado, 29 de novembro de 2008

certeza é o chão de um imóvel

mas eu prefiro as pernas que me movimentam! ^^

eu descobri...

de onde ele rouba o brilho infantil dos olhos que me olham agora. mas não posso dizer porque é um segredo que não é meu, não posso revelar. só posso contar que de todas as alegrias que me costituem, a alegria de sabê-lo existente é a que agora me faz contente. eu não sou das que romantizam, nem das que fogem. sou só uma folha solta que um dia vai se colar novamente ao galho. repito: não romantizo. ao contrário, prefiro as razões. procuro levar num embalo macio e gostoso as lembranças e não tento nem quero viver novamente. não quero que o tempo volte. só quero que prossiga sem esforços, assim aproveito-me da distância pra desafogar sorrisos perdidos entre suspiros que me fazem tão bem. repito: sorrisos me fazem tão bem. eu não me perdi, não sou mais criança, embora isso nem sempre fique explícito. já aprendi o caminho de volta pra casa e aprendi a fazer de onde estou o meu lugar, seja lá onde for e como for. mentira, estou aprendendo. mesmo no feio, busco enxergar o belo pelo puro prazer de ver além do que se vê. só pra fazer um verso depois. e esse verso já teve mil formas, mas nunca parece de acordo. uma hora vai ficar bom, do meu gosto. é um versinho só. um dia canto pra você.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

desfecho

[...] um - boca na barriga, língua na barriga arrepio. boca nos seios, dentes no seio, sangue, gritos.

dois
- mão esquerda no ar, mão esquerda no rosto, força. travesseiro, dor. não há mais gritos.

três - faca. ponta e cabo. a jugular. ponta, cabo, ponta, cabo. muito sangue.

agora sim o pau endurece. mete nela enquanto a carne ainda fresca.

- feliz dia dos mortos, pequena.




em 02 novembro 2008

tudo suporto

menos arrogância

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

ônibus

parado próximo ao poste pintado de azul e branco, ele agita freneticamente o braço esquerdo. com o direito segura um guarda-chuva estampado com hibiscos amarelos. o veículo reduz velocidade até parar, a porta se abre mecanicamente, ele entra, sacode o guarda-chuva de uma forma assim charmosamente desajeitada [desculpem-me, não encontrei no meu vocabulário limitado um termo mais adequado ao gesto]. eu reparo. hibiscos são minhas flores preferidas. gosto de lírios e de anturios, desses últimos principalmente pela forma, mas tenho apreço especial pelos hibiscos. ele vai até o cobrador, paga dois reais e trinta centavos e fica ali em pé. eu desligo o 'walkman' [na verdade uma dessas maquininhas modernas de ouvir música, mas eu gosto de usar termos que estão em desuso]justamente no momento que jorge drexler ia dizer 'con las luces de la aurora, junto a tus sandalias planas que compraste aquella vez en salvador de bahía'. eu adoro essa parte da canção, mas foi bastante providencial que eu deixasse de ouví-la naquele momento. assim que me livrei dos fones de ouvido o cobrador diz ao moço desajeitado 'não vai passar a catraca?' o moço me olha, sentada num banco reservado a obesos [não é ironia], no lado anterior a catraca e diz ao cobrador 'preciso passar?' sim, ele me olha, apesar do batom novo, que era pra ser rosa, como de penélope cruz no cartaz de volver, mas é roxo e não combinou com a minha pele, mas combina com minhas calças roxas. o cobrador, obviamente não se dá o trabalho de responder o questionamento do moço, uma vez que esse já procura um assento e sem olhá-lo diretamente eu percebo que ele usa tênis listrado e os tênis estão ensopados, assim como a barra da calça. percebo também que ele se senta exatamente atrás de mim, de forma que ele tem uma visão privilegiada da parte posterior da minha cabeça e dos meus cabelos maltratados, cheios daqueles fiozinhos quebrados que insistem em arrepiar quando o tempo está úmido como estava nesse dia. olhei para baixo, um fio de água escorria pelo chão vindo de trás, possivelmente do guarda-chuva de hibiscos.

não saberia com precisão, mas foi muitíssimo rápido, ele cantarolou 'tu boca roja en la mía, la copa que gira en mi mano' virei-me ao mesmo tempo que me xingava mentalmente de muitos nomes por não ter escolhido o batom vermelho naquele dia, que é muito mais bonito que o roxo. 'estava agora mesmo ouvindo essa música' ele sorriu sem mostrar os dentes 'jorge drexler é ótimo.'

de repente e muito alto: ei! pode parar aqui! vou descer! e eu: moço, é só apertar o botão. 'qual??? o laranja???' sem esperar resposta ou agradeçer levanta-se, aperta o dito botão, espera a parada seguinte e desce abrindo o guarda-chuva de amarelos hibiscos, que só nessa hora eu reparo está com uma haste quebrada.

esse batom deve ser uma coisa assim assustadora.

trecho

- eu não sei nada

- eu te ensino a saber, mas não a sentir. não sinto nada, já faz algum tempo.



[ou qualquer coisa assim]

terça-feira, 25 de novembro de 2008

'se você disser que quer eu digo que quero também. se você disser que não, minha nêga, eu volto no primeiro trem!!!'

domingo, 23 de novembro de 2008

amor da minha vida...

eu já disse o quanto sou feliz quando estou lá, onde tudo é verde e branco. eu também já disse que felicidade pra mim não é ponto de chegada, muito menos de partida. é a simples sensação de sentir-me bem em determinadas ou indeterminadas situações. sendo assim pouco me importa que não consigo ter uma existência economicamente estável, muito menos emocionalmente estável. pouco me importa que existem mil coisas a fazer antes de zerar o ano, foda-se que falta menos de um mês pros vinte e cinco e não sei o que fazer com eles. a única coisa relevante que me faz imensa e absurdamente feliz hoje, agora, é você, guarani!

você que frequentemente me faz chorar de tristeza e de raiva, mas quando me faz sorrir nem me lembro de quando me faz sofrer. você que é um e que sempre é muitos, que me enche de orgulho com suas conquistas. pode cair o céu em chuva e me molhar até o pensamento, eu continuarei cantando pra você, porque eu nunca deixei de acreditar! e seguirei acreditando, porque agora o pior já passou! que bom!

não é fácil te amar. quem te ama é paciente, teimoso, persistente, abnegado, maluco. sou tudo isso e te amo. em qualquer divisão, entre trinta, vinte mil ou entre trezentos torcedores, eu sempre estarei lá!

que bom foi te ver entrar em campo, ver nossos onze guerreiros honrar tuas cores e tua história. estou feliz por você e por nós, guarani! não me esquecerei de hoje... são essas alegrias que a tantos pode parecer insignificantes, e pouco me importa o que parece aos outros, que faz minha vida mais leve, mais colorida. e as cores da minha vida hoje são verde e branco! e verde e branco é o meu coração!

sábado, 22 de novembro de 2008

black book

se calarem os 'poetas', falarão as pedras!


do lugar mais improvável, o verso mais lindo do mundo:

'beija-me com os beijos de tua boca, pois melhor é teu amor do que o vinho'


can 01:01

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

clichê cinematográfico

eu tentei. mas precisava vir aqui e dizer. então eu vim e vou dizer, assim sem nenhuma necessidade desejo necessidade vontade. é só essa mania de querer me expor. essa é a grande verdade: eu gosto de me aparecer.

tem horas que eu paro tudo que estou fazendo e volto em pensamento praqueles dias. nós dois naquele lugarzinho, aquele azulejo antigo, aquele azul que me lembrava a cozinha da minha mãe, quando tínhamos fogão, mesa e geladeira azuis e o quanto fomos felizes lá na cozinha. mas não era sobre a cozinha que queria falar e nem sobre como nos irritava as oscilações do ar-condicionado. é que ao contrário das minhas preces as horas passaram e eu tive que ir embora, mesmo querendo ficar. o que ele não sabe é que hesitei absurdamente e antes de descer por aquele lance único de escadas tosco pensei em voltar, bater de leve na porta, esperar que ele abrisse e lhe abraçar assim bem apertado de um jeito que eu não costumo abraçar. quase do jeito que ele me abraçou enquanto a gente dançava num outro dia e foi tão bom.

enfim, eu só pensei, não voltei e não lhe abraçei com meus braços porque me pareceu que não teria muito sentido e pode ser que as razões ficassem sentimentais demais e daí deixa pra lá... mas pensando agora com meus botões, até que teria sido uma cena bonita... poderia vendê-la pra algum filme. mas ela já deve existir em algum filme. eu já vi isso em algum filme, só pode! aliás, de tanto pensar, acho que teria sido bem clichê.

mas a verdade, e o único motivo dessa baboseira toda é só pra deixar registrado, que aqui tem pra ele um abraço guardado. e não é um abraço qualquer, desses que a gente distribui todos os dias. é daqueles que querem se desmanchar em ser abraço e só. assim como as coisas que partilhamos deixam de ser um pouco nossas, esse abraço não é meu. esse abraço é dele. sendo assim não posso assegurar por quanto tempo ficará um abraço aqui guardado. não sei nada sobre abraços, se têm prazo de validade essas coisas. mas cuidarei dele. até arrumei uma caixa só pro abraço, pra que não precise se dividir com as outras coisas que trago na velha caixa. é uma caixa nova e escolhi pra ela um laço azul que lembra o mar, diferente da outra que tem laço lilás como as paredes do meu primeiro quarto. mas isso nem importa. o que importa é que enquanto estiver o abraço bem guardado em sua caixa, ele poderá vir e recebê-lo quando quiser, puder ou precisar e se quiser, puder ou precisar.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

o lado bom

deve existir. se existem por aí tantas coisas, abelhas, redemoinhos, guitarras, deuses e pato donald também existe. existe papai noel quando é natal, mesmo que de mentira, mas existe. existe mil mãos, uma de cada jeito, tamanho, cor e disposição. existem os seres que repousam ao pé do meu ouvido e passam horas a sussurar palavras que nem sempre entendo, mas registro. e sobre tudo que existe há coisas pra se dizer a respeito. dizer bem, dizer mal, e mesmo quando cala ainda assim, diz. diz que vem e que ficará por mil anos, diz que os ventos que te trazem são doces e sopram sempre nas noites de verão. porque são esses os ventos bons, que ajudam a secar e refrescar a pele.

diziam em outros tempos que uma carta sempre deve conter novidades. isso quando ainda eram escritas as cartas. elegância nunca foi o meu forte e eu gastava horas me desmanchando sobre as páginas na esperança que de repente, da ponta do lápis brotasse uma novidade qualquer: estou grávida, nosso filho nasceu morto, troquei sua coleção de tampinhas por uma codorna, sou uma filha da puta e escrevi um livro sobre uma mulher que comeu uma barata. não só por esse, mas muitos outros motivos, entre eles a falta de destinatário, as cartas permanecem inacabadas e não enviadas.

falando em destino, e em coisas que existem, eu digo: o destino não existe. diferentemente do inferno astral e de outras baboseiras dessa natureza porque o inferno astral não só existe, como é quente e colorido. ele é como que uma indignação com o mundo por ele continuar a girar nesse mesmo embalo enquanto você está ficando velho. tudo em volta te olha e sorri, sem abrir os lábios e diz apenas: pouco me importa. pronto! logo você que nunca dorme, passa a se entregar aos lencóis por doze horas ininterruptas, tendo sonhos totalmente nítidos e bizarros e passa o dia rindo sozinha lembrando os tais sonhos enquanto devora um pote inteiro de sorvete de limão com bastante leite condensado.

enfim, fracasso é a própria demolição moral de qualquer pessoa, já disse o gabo alguma vez em algum lugar que eu nem sei onde. resta aos fracassados a digna humildade, que sempre foi a virtude dos incompetentes, como eu. eu até posaria nua se isso tivesse alguma relevância pra quem quer que seja, mas nem isso. as pessoas ainda gostam de mim e isso existe em alguns momentos e inexiste em outros. mas as pessoas definitivamente não querem me ver pelada. mais propriamente elas amam querer saber meu desempenho nisso ou naquilo, daí se sentem bem em ter me ofertado alguma atenção como se eu ficar falando e falando e falando da minha vida, dos meus mortos e dos meus caminhos tortos, fosse assim, tudo que eu precisava naquele momento. e às vezes elas estão certas. essa necessidade existe. mas nem sempre. as pessoas são pretenciosas. eu sou pretenciosa. mas não muito. minha insegurança não me permite sentir assim, muito genial. e os fatos estão aí pra me lembrar que é assim que é mesmo.

sigo em silêncio. não que eu não tenha o que dizer. queria tanto dizer coisas pra te impressionar, queria tanto falar por horas e horas e horas, te contar toda a minha vida imprestável, desde a minha primeira lembrança, o primeiro filme que eu vi no cinema, meu primeiro amor platônico, todos os medos, da vez que quebrei o braço, da vez que quebrei a perna, a primeira vez que eu vi o mar. mas quando estou com você, tudo me parece sem importância, tudo parece bobo demais, minhas nostalgias parecem apenas idiotices de garota do interior, e eu até tento me lembrar alguma coisa bacana que aconteceu outro dia, mas quando eu abro a boca só sai merda. daí eu me calo. daí eu fica querendo de volta a minha cabana embaixo do abacateiro. mas o abacateiro nem existe mais porque as raízes dele fizeram cair o muro e gastamos muito dinheiro para refazer o abacateiro e arrancar fora o muro. oops! digo, refazer o muro e arrancar fora o abacateiro. porque o que é de concreto sempre foi mais importante. sigo em silêncio e só.

e é nesse estar só, sempre aqui, sempre por tantas horas que eu queria dividir contigo algum dia. não muitos, alguns. mas eu queria que existisse. não como o frio, porque esse não existe. é apenas a ausência de calor. e eu fico pensando existe existe existe. não existe.

sábado, 15 de novembro de 2008

nossa dor

ela bem sabe e também há tempos já percebi que essa dor não é daquelas que passa com duas ou três doses e um baseado. por isso, principalmennte por essa capacidade que o doer tem de ser linear e constante, nos mantínhamos fielmente agarrados a nossa dor, com todo cuidado para não dispersá-la entre uma alegria boba qualquer e outra, não deixávamos que essa se espalhasse pelo ar como poeira de pensamento.

as vezes, quase sempre, ela me procurava na madrugada. vinha com aquele choro baixinho, entrava sem pedir por entre o cobertor, dizia não conseguir dormir lá no seu canto sozinha, que sentia medo por senti-lo ainda tão presente no vazio silêncioso das noites de pouco sono.

eu a recebia sem perguntas e confesso que até anseava por suas visitas noturnas. para beijar-lhe as lágrimas quentes e abraçadas ainda libertava-a da camisola e fazíamos tudo bem lentamente.

eu também sofria, porque mantinha em segredo meus ciúmes de macho e sabia da facilidade dela em retribuir com carícias doces qualquer atenção que lhe fosse ofertada. ainda assim, esforçava-me por não imaginar as outras mãos que sempre lhe tocavam todas as noites em que ela não aparecia.

minha pequena! ainda recordo o delicioso azedume de seu hálito quando de manhã. e eu respirava o ar que saia por sua boca calma. beijava-a nos lábios e ela nunca despertava. me aproveitava e insistia pelos ombros, braços, dedos, ventre e ela só sorria de olhos ainda fechados quando eu alcançava com meu rosto por entre suas pernas.

era um despertar sempre colorido, durante o dia as horas pareciam vagar como que entre os mortos. eu morria a cada amanhecer quando precisava deixá-la sentindo sozinha seu corpo esfriar pela cama. eu era morto até reencontrar-me com sua presença afogada em lágrimas a cada madrugada.

era a dor que necessitávamos. que nos justificava. mas não só isso. porque nela e em mim, fatalmente a dor doía.

os sonhadores



toda petição é um poema, todo poema é uma petição

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

causa y efecto

jorge drexler

estaba dejándome estar
oyendo el tiempo caer
en los relojes de arena

mirando un instante partir
y otro llegar
pensando en tu amor

tu amor que viene y que va
siguiendo las estaciones
tu amor es causa y efecto de mis canciones

la vida cabe en un clic
en un abrir y cerrar
en cualquier copo de avena

se trata de distinguir
lo que vale de lo que no vale la pena
y a mí me vale con que me des
poco más que nada
a mí me basta con una de tus miradas

pensando, estaba pensando
por la ventana de aquel bar
mirando a la gente afuera
ir y venir
y juraría que te vi


aunque sé que estás a un año luz de mí...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

meus lamentos

foi bom ir pra longe, mesmo que por alguns poucos momentos. essa semana não é nada fácil. prometi concentrar-me somente no essencialmente necessário, porém venho numa briga intensa com a dispersão. me culpo por estar aqui, perdendo tempo com internetices [como diria o sábio sr. clark].

de um lado, são só conselhos: fique tranquila. não seja preguiçosa. beba chá de melissa [a flor que tem nomede moça]. faça a sua parte. desligue o pc e vá estudar. almoçe adequadamente. leve chocolates. não leve água com gás. tudo bem, odeio água com gás!^^

do outro lado, são só expectativas: você vai passar. acredito em você. aposto dinheiro em você. vai e arrasa!

do lado avesso, contradição. do lado de fora o sorriso, aparentemente tudo em seu lugar. do lado de dentro, uma súplica por paciência, por sossego. um lamento contra a pressa!

pois bem, isso é ridículo. as pessoas são ridículas. eu sou ridícula. toda essa comoção e cuidado pela minha pessoa só aumenta potencialmente meu medo do fracasso.

logo eu! que me deixei convercer que esse era um bom caminho só por brincadeira e pra encerrar uma discussão chata. me inscrevi no último dia, ainda pensando em mudar de opinião e prometi fazer tudo sem pretensão. agora tô me esfolando e me enganando, achando que em uma semana passarei de pior aluna a geniozinho.

culpa das pessoas: imprestáveis! eu deveria ter feito segredo, se eu não fosse um desastre em guardar segredos meus e alheios também. não me basta minha própria patética expectativa preciso conter a expectativa de terceiros:

- e aí? o que você vai fazer se passar?

[hein?]

resposta idiota:
- sei lá... vou pintar o cabelo de azul e fazer uma tatuagem na bunda escrito: aqui a unicamp não mete

eita gente que me cansa. por isso eu fugi pra cá.

entre tantas outras, a pérola da semana: vai esperar chegar nos trinta pra ser mulher de verdade?

pior que ouvir isso é não ter resposta convincente... ainda bem que aprendi: na falta de argumento, mande um palavrão!

acho que nunca serei, se você bem quer saber. serei pra sempre de mentira.
não é necessário fechar os olhos
se somos assim tão capazes
de enxergar na escuridão
repousamos no nosso silêncio
cheio de palavras não ditas
as minhas, presas ao meu medo
em parecer cheias de apego
das tuas, não sei se saberei

a minha recusa não quis dizer não
talvez tenha sido ela
que me despertou do sono leve
me trouxe para o que é meu
onde me protejo e não me divido
onde disfarço meus impulsos em fazê-lo

o meu conforto é o segredo:
o encanto está no momento
em cada um deles
nos que preenchemos cada espaço
como se feitos sob medida

minhas razões insistem
e eu sigo justificando coisa qualquer
olho o chão. prefiro não ver
teus passos se perderem

apenas me esforçarei por não esquecer
dos momentos que nos constituem
no submundo dos imperfeitos e mal falados
onde me espalho fácil e não me emendo

não me perturba o calor em excesso ou a falta dele
me pertuba o passar, passar das horas

terça-feira, 11 de novembro de 2008

pazes

sabe aquela sensação de engolir alguma coisa sem mastigá-la?
pois é, depois de semanas ela passou. e eu não engoli o que estava engasgado, eu coloquei pra fora.

demorou...

primeiro bebi dois litros de suco de laranja. não desceu. três dedos na garganta forçaram o vômito mas o tal 'bolo' ainda me apertava o peito. bem no meio. de todas as sensações que me ocupam, essa certamente é a que mais me dói.

ela tem nome: nó no peito.

sem outra alternativa te procurei. sufocada, te procurei. quando meus olhos alcançaram os teus, ainda hesitei, quis voltar. mas não tinha jeito: subiu pela garganta fácil, como se nunca estivera preso, e despejei pela sua sala, quase acertei sua roupa nova.

foram tantas palavras. mágoas passadas, pedidos por perdão. você me disse que te fiz sofrer, senti teus olhos como os olhos de minha mãe quando me repreendiam. recebi teu abraço e teu beijo na minha testa, chorei. e o dia fez uma pausa pra que você me acolhesse. como se tivesse eu doze anos, como se ainda usasse o velho vestido xadrez.

disse que me adorava. não sei se de verdade, mas tua ternura me fez fraquejar e ser fraca naquela momento me fez mais forte. muito mais do que quando me vou sem olhar pra trás, muito mais do que quando ironizo meus sentimentos e digo que pouco me importa. foi como aquela velha sensação de proteção.

é bom te ter de volta entre os meus. de onde, na verdade, você nunca saiu. ainda há flores por colher no nosso caminho. e partilharemos delas que sempre são nossas.

obrigada! por me aceitar de volta e por ainda me querer bem.

domingo, 9 de novembro de 2008

é primavera, mas por aqui parece que é sempre verão.

onde se encontram todos os azuis e não só eles, mas todas as cores com as quais eu gostaria de pintar os meus cabelos, se elas não desbotassem tão fácilmente. e eu desconfio que desbotam de tanto olharmos pra elas.

a minha conclusão é que só devemos dormir depois de comer o mundo. engolir a terra e as criaturas. matar a sede de mar.

não há necessidade de imprimir marcas por aí, nem de registros que ultrapassem a memória. depositarei as lembranças na velha caixa e voltarei a enterrá-las. quem sabe dessa vez elas não brotem?

é primavera, mas por onde vão as flores?

não me prolongo. confesso, eu não consigo!

daqui pro fora de cena. mas eu volto pra contar os grãos de areia.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

uma palavra

imbecibilidade








pronto

terça-feira, 4 de novembro de 2008

pratos novos. uma duzia deles e são tão bonitos!

só me faria mais feliz que isso uma rede na sala. se eu tivesse uma sala.

sábado, 1 de novembro de 2008

castração

uma diz: vou praticar tiro ao alvo e exterminar todos os pombos da cidade!

outra diz: hahahaha! desencana! coitada das pombinhas!

uma diz: coitada das pombinhas é o meu pau!

outra diz: écooow! que mania feia que você tá de dizer isso! para com isso! nem um pau você tem!

uma diz: coitada das pombinhas is my balls!

outra diz: você é nojentaaa!!!

uma diz: ^^

faça por mim

crise criativa permanente.

um dia eu volto de lá
se não, faça no meu lugar