sábado, 23 de novembro de 2013


eu que já não resisto a cada nova chance de fracassar.
chegar em trótski é como admitir o fim.

a vida é bela

cerveja gelada, café quente e revolução permanente.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

se eu tivesse uma alma

eu cagava ela.
eu evito equacionar horas e quilômetros que passo entre distâncias, mas sei que são muitas porque sinto a minha falta em outras vontades, em outras companhias. existe todo um eu infinito em inclinações me pedindo pra ser vivido. não deixo de pensar nele enquanto os pneus giram nauseantes e me impedem de terminar o leminski. fecho os olhos pra não vomitar em cima do livro, rogo uma praga no homem que nos guia. trata-se de um homem em quem eu não confio.
tem alguns dias adiantamos nossas horas o que enche de luz do dia a primeira etapa do meu caminho. gosto de pensar que é só pra isso que existe essa hora que nos chega sem qualquer milagre nos dias mais quentes. gosto também de ficar de chinelo e shortinho num boteco qualquer achando que é dia só porque ainda tem sol.
mas quando olho as paisagens que me acompanham pela viagem, quando o por de sol me faz recordar que do lado esquerdo está o oeste eu não me sinto tão roubada pois passado quatro anos desta minha demanda ainda tenho do que desfrutar.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

beatitude

(...) eu já nasci desiludida
de alma votada ao sofrimento
e com renúncias de suicida.

Cecilia Meireles

domingo, 10 de novembro de 2013

anticura

porque me apeguei à minha dor. porque vivo por essa doença.

sábado, 2 de novembro de 2013

finito

tatuei flores pra que não morram sem mim.

finados

hoje eu vesti a saia. a mesma daquela vez. as mesmas flores cor de rosa, os mesmos botões. por aqueles tempos ela já era uma roupa velha que eu herdei por dez reais de alguém que já morreu.

dia de morrer

é que o que vem de ti me acalma, me afaga a alma neste tocando a vida.