segunda-feira, 23 de maio de 2011

pra onde eu vou

não me detenho nas inseguranças, sofro todos os dias e todos os dias é um de cada vez. tem dias que custa a passar o tempo e tem dias que os segundos voam leve, leve...

é pra continuar a ter boas costas, é pela grana que faz falta, é pela expectativa de vida, é pela saudades de casa, dele, delas, por todas as saudades que possam caber aqui. por tudo isso junto é que eu só penso em parar.

ir e voltar quantos dias e quantas vezes forem necessários. pelo caminho vai meu sono em prestação, vai-se um eterno atraso, vai canções nos fones de ouvido. tudo ao redor muda muito lentamente e percebo como percebo que muda um filho que cresce.

e até que se acabe, até o fim detudo isso, serão muitas mãos que não irei sentir, muitos abraços que vou guardar, muitos risos não partilharei.

como saberei se um pouco disso tudo ainda estará guardado pra mim quando tudo acabar?

sábado, 14 de maio de 2011

o que se foi e não volta mais

não ficou nenhuma foto porque nunca se deixaram fotografar na companhia um do outro. hesitavam e no fundo sempre souberam que nunca foram mais que meros estranhos. embora houvesse os olhos, os braços e abraços que de fato existiram, as poucas noites, as muitas palavras.

o que dividiram foi um tanto de vida. caminharam com passos iguais, correram riscos, perderam-se, esquentaram-se e enfim perderam-se naqueles ciclos que nunca se completam e que seguem por vazios no tempo.

não doeu, ao contrário, foi doce e tranquilo. a distância concreta aos poucos se transformou em distância sentida e só deram-se conta quando ela já era um abismo. olharam-se de longo, cada qual do seu lugar e no meio tantas coisas que não viveram, tantas outras que viveram na ausência um do outro e algumas que souberam partilhar.

se hoje vivem de saudades, vivem daquelas que não machucam, que não aprisionam o coração ao passado, mas que colocam um sorriso na cara de quem aprende a viver o agora.