segunda-feira, 6 de setembro de 2010

silêncio e afago

ele não faz idéia do peso das minhas lembranças, mesmo assim eu o convenci! das coisas ditas ou escritas eu não sei qual delas exatamente tem sua carga de razão, tudo é no fundo um simples sentir e dizer. falar, escrever, apagar, rasgar, queimar, fumar e beber. o meu blá blá blá de sempre. mas em alguma coisa existia um certo sentido e era exatamente essa coisa que eu não sabia dizer.

há coisas que para dizer eu preciso calar. é o meu silêncio cheio de suspiros ou o desastre de te contar dores do passado enquanto estávamos na melâncolia de um fim de domingo com futebol. são as minhas lágrimas causadas por sensação de rejeição infantil ou a solidão de me sentir longe de casa que são motivos pra sentir alívio quando na sua companhia. as palavras me ajudam a dizer, mas as fotografias não tem voz e elas também falam.

o encanto a gente guarda num vidro e põe na prateleira. cada vez que olha pra ele sente tudo de novo. encanto. inquietações só tem razão de existir se não há para elas solução. meus medos, meus anseios, minha angústia não precisam de respostas. só precisam existir porque me inspiram e não me deixam esquecer que eu tenho uma história só minha, num mundo onde tudo se nivela por baixo e o que parece mais óbvio insiste em querer parecer o mais correto, eu ainda sou alguém e viver ainda faz algum sentido. eu só não sei dizer qual é.