quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"não sou o homem dos seus sonhos, sou o homem da sua vida"

lá pelas 3:20 da manhã quando eu peguei no sono novamente, depois do suco de cajú na madrugada. é incontrolável: o abandono, o fim, uma outra história irreal, fruto da minha própria angústia, ou como na sua teoria sobre os meus medos. é quando não há nada no meu controle, sua paciência não prevalece, é onde me pede que eu vá e me arraste pra qualquer canto com toda a minha tralha sem importância.

então você acorda antes, eu continuo. estou chorando perto de um rio barrento que quase transborda por sobre uma ponte. são lágrimas de despeito, havia pessoas que não conheço entre nós e você recusou o meu convite pra um passeio. ficou com os estranhos, eu pisei de pés descalços na lama e chorei.

despertei sem vontade de voltar pra onde não controlo. você me beijou na testa porque já sabe que eu gosto e me disse pra dormir mais quinze minutos. prefiro ficar na sua presença, na vida acordada, que é muito mais colorido.

você não é como nos meus sonhos e eu nem precisei te sonhar. assim é bem melhor.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

moon river and me

amo porque sua doçura me alegra quando meu coração dói.

texto tátil

perfumada e silenciosa, foi assim que a casa ficou quando eu saí. saí porque sairia de qualquer jeito, pra mais distante e por mais tempo, talvez. mas um motivo qualquer me fez sair rápido e deixá-lo sem o peso da minha companhia.

sim, eu canso. a mim e a outros. quero dividir livros, sites, fotografias, uma aventura culinária, os planos, o gato, a cama e a vida. mas eu sei o quanto tudo isso cansa. os meus desagrados que quando não verbalizo colocam uma careta na minha cara, as minhas roupas amontoadas no mancebo, no armário, na cadeira, no banheiro. não, eu não consigo empilhar sessenta peças de roupa numa única prateleira e eu merecia morrer por causa disso.

voltei logo, o sol estava forte, a casa estava arrumada obrigada e ele me recebeu com todas as doçuras com que sempre me trata e me fez sentir uma culpa antecipada caso a gente não dure.

não somos perfeitos, mas ele é melhor que eu.

sou uma mula egoísta.

agora quem saiu foi ele. ontem eu fiz piadinhas ciumentas sobre a dentista, nos despedimos com sorrisos e eu fiquei sorrindo ainda por algum tempo depois que fechei a porta. hoje foi silencioso, um beijo e um quase sorriso. voltei pra caixinha onde estava colando umas figuras.
fiquei só com o meu silêncio.

agora eu só quero ouvir a chave dele girando na fechadura.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

pra entrar na minha história

o sentir não é eterno e que não é eterno a gente já sabe. na mais exagerada das perspectivas ele termina com a boca cheia de terra, que nem a gente.

e tem o que em mim não controlo e em você é pura sensatez. o que em mim te sufoca e em você me liberta. te amo e minhas tempestades não são passageiras. meu céu é um nublado de nuvens coloridas que pintei com os lápis que comprei escondido no seu cartão. sou céu pra passear.

as imagens, as letras, os versos, as canções e tudo mais que sinto e vivo está aqui. eu, nós, o resto do mundo, está bem aqui. e vai continuar comigo ainda que no decorrer da vida eu precise enterrar uma memória qualquer. eu sempre saberei onde estará guardada aquela velha razão, aquele sentimento...