quarta-feira, 25 de abril de 2012

é constrangedor sentir-se idiotamente feliz em um mundo de tantas misérias.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

vida besta

eu não deixei de vir aqui, continuo passeando por essas páginas, escrevendo pela metade, sempre apressada, nunca inspirada. vou colecionando rascunhos, histórias desimportantes que eu vivo, ouço e invento. gente estúpida e gente doce que existe pra ser traduzida em palavras mal escolhidas.

meus cabelos se espalham pela minha casa e eu vou tropeçando na esperança de um dia não ser careca. meu gato imaginário passa o rabo entre minhas pernas assim que abro a porta.

ela já é noiva e se fez noiva num dia muito chuvoso. os dias de chuva também são lindos, principalmente quando não sinto meus pulmões congelarem.

ele teve febre e a cama que ele aqueceu continua pegando fogo.

eu continuo a envelhecer. limito minhas preferências, penso em fazer cada vez menos coisas, sem pressa e sem demora. penso em filhos, penso em não tê-los, me esvazio. envelheço no meu silêncio, vou empoeirando como a mobília.

seguem meus dias. seguem os dias de cada um. sem o brilho que podem adquirir se congelados a cada momento numa bela fotografia. poderia apenas dizer dane-se! mas eu não posso. tem um coração aqui que me cala, que se aperta e me esmaga, que se assusta com a imensidão do tempo a passar.

acho que devo agradeçer, mas isso é só o que eu faço.