sexta-feira, 26 de agosto de 2011

algo místico

eles sempre foram de gêmeos. sempre achei essa coincidência astrológica uma deliciosa sutileza das coisas imateriais.

geminianos são boas companhias para caminhar e conversar. eles sabem as canções que te agradam. e nunca são os mais bonitos, mas como sabem ser lindos.  

e... como sabem nos fazer penar. uma quase indiferença ou um quase agrado. bem poderiam ser bipolares os geminianos, assim seriam menos nuaces e mais extremos. às vezes é bom não precisar decifrar.

a lista de adjetivos que se pode atribuir a um geminiano é vasta, mas o primeiros de todos sempre deve ser: bocó. depois de entender como é lidar com bocós você pode chamá-lo de lindo, babaca, fofo, chato, docinho, cara estranho, ou desistir de defini-lo e ficar com o bocó, mesmo. que sempre lhe cai muito bem.

eu nunca insisti neles, eles aconteceram desgraçada e amorosamente e de cada um eu me lembro o momento em que responderam "gêmeos" e alguma boca dentro de mim sorriu como quem diz e como não?

eles são inesquecíveis e não comem qualquer coisa. comem como se tivessem 15 anos. seu critério é o prazer.

um geminiano me fez casar. ele foi o único que me respondeu Eu não tenho signo. foi quando ele ganhou seu primeiro "bocó! chato!" mas penso que ele já se acostumou com seus adjetivos.

sempre nas tabelinhas cafonas de horóscopo há três coraçõeszinhos na nossa combinação e eu nem precisaria delas pra saber. bem melhor sentir por viver.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

imersão

encontrei uma maneira de ser que não me fere, encontrei paz na solidão e hoje já não sinto aquele velho e imenso medo. eu resisti quando só restava me entregar, eu sei o que existe em mim e sinto que sou forte e que sou muito sua.

ah, e essa paixão? eu imaginava que fosse assim, só nunca pude prever que aconteceria logo pra mim, que sempre fui tão solta e sozinha... e hoje é de verdade a gente de mãos dadas, tomando água ou cachaça, dançando um rock que eu não conheço. não sou de rock, você bem sabe. a gente dormindo a tarde, aproveitando o calor, se procurando, se perdendo, se encontrando, se experimentando. é tudo de verdade e tudo nosso enquanto for. que bom.

eu me casei com ele e não me canso de pedi-lo em casamento todos os dias, porque ele é o meu namoradinho. e ele sempre diz que nós já nos casamos e eu insisto: quer casar comigo? e só daí ele diz que sim. e esse sim é pra mim a certeza de que nossas vontades nos moveram até aqui, não apenas uma feliz combinação de acasos.

ele está voltando pra casa e eu não vejo a hora de tê-lo de volta no nosso canto. agosto me custou, mas ainda me guarda essa alegria de vê-lo chegar antes do mês partir...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

mais perto

deixei que a melancolia ressacada se espalhasse comigo pelo sofá. e não foi essa distancia de tantos dias que fez brotar uma, duas, incontáveis lágrimas. acho que senti culpa pela boneca que foi pro lixo, acho que foi por ter tocado nas mãos de minha mãe e me emocionou ver o tempo em cada uma daquelas marcas ou porque enfim o calor voltou, mas já não é o mesmo e eu também já sou assim tão diferente.

eu já nasci com saudades. cada vez que me viro e miro atrás o caminho, sinto que me move as lembranças das coisas como elas foram. tantas vezes quis voltar, tantas vezes o desespero das incertezas. em outras foram cheiros, foram risos e ombros, foram lágrimas pelos meus mortos. e sempre sempre essa imensa saudades.

eu não tenho uma estrela no lugar do coração. sou só alguém que sente. as nossas doçuras não precisam se afirmar o tempo todo. sinto que essa ausência embora dolorida, me leva a processos de reflexão que são muito pessoais. essa tranquilidade de nos reconhecer como duas histórias caminhando juntas é o que acalma minhas angústias de menina, um respiro nas minhas imersões de tristeza. hoje já não me entrego a elas.

não há fuga que se compare ao calor da sua presença junto de mim e das coisas que são nossas. e sinto que vai crescendo em mim aquela alegria do reencontro, agora que falta tão pouco. vai crescendo em mim a euforia e os sorrisos. assim, cheios de amor. 

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

alô?

é essa sua voz que me vem daí flutuando pelas antenas, falar no meu ouvido pra sossegar minhas saudades. onde eu estiver, sempre a melhor parte dos meus dias...

quando a gente se fala, quando perco a fala...

domingo, 7 de agosto de 2011

tentei fugir

eu não quis voltar aqui por saudades. não foram esses braços morenos que me trouxeram de volta. me apetece muito mais gastar meus dedos em decifrar suas texturas.

e somos só vontade e distância... sem os tais dedos, sem o que somos, o que me resta?
hoje eu fujo. para além, eu nada sei.

muito pouco, quase nada

"amor, eu sinto a sua falta
e a falta é a morte da esperança..."

desconcerto

é impossível ser feliz sozinho...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

hoje dormirei cedo porque nem toda ausência precisa ser preenchida, nem tudo precisa ser substituído, embora nada seja insubstituível.

hoje eu dormirei cedo porque preciso encarar a sua ausência e não fugir dela me enchendo de demandas e distrações.

hoje choveu e o frio voltou pra frustrar minha esperança de que todo o frio desse ano já havia passado. ainda assim passei no nosso novo bar preferido, de guarda-chuva e sacolas de supermercado, só pra comer um espetinho, tomar uma cerveja e corversar com o valdir sobre o Guarani que ganhou ontem e sobre o tempo que mudou.

minha planta enfim floreceu. ela que provém de uma mentira dita a uma criança em um dia das mães, sobreviveu a sua falta de cuidado na mudança e ao meu desleixo cotidiano e nos presenteou com uma flor cor de vinho muito, mas muito linda. uma simples violeta te traz pra perto de mim e da nossa casa. te amo.

não são nem 22:00 e acabaram as cervejas, o que farei quando começar o jogo do seu time? hoje eu dormirei cedo e comerei melhor, não só pra que você não se preocupe comigo, mas porque meu estômago você sabe, né?

posso te passar todos os dias o meu cardápio mas sempre terei a certeza de que você é a parte que não se alimenta direito! você e seus salgados de estufa, você e seus congelados de supermercado, você e a ausência de ferro nos seus pratos. você se alimenta mal, mas come tão bem... e eu que depois dessa ligeira associação carregada de sentido já nada tenho que dizer...

me sinto tão seu

"eu faço tanta coisa pensando no momento de te ver
a minha casaa sem você é triste, a espera arde sem me aquecer..."

terça-feira, 2 de agosto de 2011

por que partir?

triste é saber que essa solidão cheia de silêncio e vazia de calor há de persistir por todo agosto.

doce é saber que por mais que eu me distraia com os meus, caminhe na companhia de outros pés e cumpra todas as minhas demandas cotidianas, um tanto de amor vai se guardando pra você,

meu benzinho.