quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

agradecida pelas tentativas. nada me salvará dessa miséria.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

maturidade intelectual

quinta série

domingo, 15 de dezembro de 2013

agora eu sei

quanta coisa ainda não sei.
acreditei que chegaria neste momento uma mulher mais madura, menos sofrida e certamente melhor.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

adeus, vinte anos

despedir é muito bonito. não o sofrer, só o fim.

sábado, 23 de novembro de 2013


eu que já não resisto a cada nova chance de fracassar.
chegar em trótski é como admitir o fim.

a vida é bela

cerveja gelada, café quente e revolução permanente.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

se eu tivesse uma alma

eu cagava ela.
eu evito equacionar horas e quilômetros que passo entre distâncias, mas sei que são muitas porque sinto a minha falta em outras vontades, em outras companhias. existe todo um eu infinito em inclinações me pedindo pra ser vivido. não deixo de pensar nele enquanto os pneus giram nauseantes e me impedem de terminar o leminski. fecho os olhos pra não vomitar em cima do livro, rogo uma praga no homem que nos guia. trata-se de um homem em quem eu não confio.
tem alguns dias adiantamos nossas horas o que enche de luz do dia a primeira etapa do meu caminho. gosto de pensar que é só pra isso que existe essa hora que nos chega sem qualquer milagre nos dias mais quentes. gosto também de ficar de chinelo e shortinho num boteco qualquer achando que é dia só porque ainda tem sol.
mas quando olho as paisagens que me acompanham pela viagem, quando o por de sol me faz recordar que do lado esquerdo está o oeste eu não me sinto tão roubada pois passado quatro anos desta minha demanda ainda tenho do que desfrutar.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

beatitude

(...) eu já nasci desiludida
de alma votada ao sofrimento
e com renúncias de suicida.

Cecilia Meireles

domingo, 10 de novembro de 2013

anticura

porque me apeguei à minha dor. porque vivo por essa doença.

sábado, 2 de novembro de 2013

finito

tatuei flores pra que não morram sem mim.

finados

hoje eu vesti a saia. a mesma daquela vez. as mesmas flores cor de rosa, os mesmos botões. por aqueles tempos ela já era uma roupa velha que eu herdei por dez reais de alguém que já morreu.

dia de morrer

é que o que vem de ti me acalma, me afaga a alma neste tocando a vida.

domingo, 6 de outubro de 2013

ama a humanidade

mas não suporta gente.

sábado, 5 de outubro de 2013

coisas que me chegam

- eu estou péssimo. sinto um peso no peito.

- o coração é um fardo pesado.





pelos filmes e celulares.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

adoro ficar louca
com a tua língua no céu da minha boca

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

enquanto houver memória eu sempre me lembrarei.

- sempre?

sempre!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

há de ser tão lindo quanto a gente não sonhou...

sábado, 7 de setembro de 2013

te chamo cedo, te jogo luz. ligo o rádio e deixo entrar o dia pra te acordar. te pinto as unhas dos pés, acaricio teu sexo e o meu. converso contigo da cozinha onde pico a carne e encho tua comida de ideias que penso, de cores de toalhas, de brilho das tardes refletindo pelas cortinas. a comida cheira bem. teu corpo cheira bem. teu cheiro me atrai.

é certo que temos família. (não somos filhos de chocadeiras!) temos esses abomináveis médicos (essa gente que fala conosco como se falasse consigo mesmo e quando ouve finge não ouvir.) temos um razoável ganha-pão. sobretudo temos um ao outro. nos encontramos e nos reconhecemos para além das palavras que estão nos livros que lemos juntos.
pelo colchão eu sinto um calor que vem de você.

domingo, 1 de setembro de 2013

semente

a paciência é uma planta.

sinto um amor de árvore. crescente e de raízes fortes. 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

coração de eterno flerte

adoro ver-te

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

eu não sei em que momento exatamente da vida deixamos de ver o mundo e registrar as coisas com olhos infantis. sei sim que algo nos aconteceu. e que eu precisei entrar no emaranhado dos meus sentimentos, procurar um fio com o qual eu pudesse iniciar o desfazer de nós e construir uma lembrança boa e honesta de um homem tocado pela loucura. o primeiro homem que amei. 

'você é a cara do seu pai'

ter a cara dele fez de mim um pequeno incômodo que manteve viva em casa a lembrança que todos queriam esquecer. mas não poderiam já que a menina tinha os olhos do louco. 

loucura. não acredito que existe um padrão de normalidade para o comportamento humano. a convivência social é uma caixa. a caixa dele era pequena demais, ele cresceu pra fora dela, desfez-se dela, rasgou, chutou, queimou, mandou pra puta que pariu.

eu esperei este dia passar, eu falei sobre ele enquanto dirigia pela estrada e me permiti derramar uma lágrima porque sempre será a minha melhor e mais triste lembrança olhando pra mim todos os dias quando encaro os espelhos.

não me deixou heranças. a mim restou a confusão, o fatalismo e estes olhos que olham de dentro de mim mas não para fora, não para muito longe.



sábado, 20 de julho de 2013

de profundis

"depois da terrivel sentença, quando eu já vestia o uniforme de presidiário e as portas da prisão se haviam fechado atrás de mim, permaneci imóvel entre as ruínas da minha maravilhosa vida, esmagado pela angústia, a mente confusa pelo terror que sentia, atordoado pelo sofrimento.
(...) não fosse a piedade e afeição que senti por você e os seus, não estaria agora chorando neste lugar horrível"

O.W.

sábado, 6 de julho de 2013

Required field must not be blank

se um dia me perguntasse: o que afinal você quer de mim?

um filho. tão somente isso.




por que diabos devo atribuir um título a isso?

sexta-feira, 5 de julho de 2013

existe mais coisas entre o céu e a terra

do que julga a minha burra filosofia

quinta-feira, 4 de julho de 2013

quarta-feira, 3 de julho de 2013

1460

era sábado, era julho como agora. um claro e lindo sábado de inverno, mas não foi sob a luz do dia que eles se viram. ela estava jogada no sofá depois de trabalhar algumas muitas horas daquele dia bonito, quando o telefone tocou e do outro lado era um convite. sem banho ela se embrulha num casaco impermeável (vai que chove).

sessão de filminho no museu. ela se sentia entre gente descolada. encontraram o gui e duas amigas dele que não conheciam. o gui é de minas e sempre tá com uma amiga diferente, ele tem muitas!

o filme? o cão andaluz. duas horas de uma caralhada surrealista depois levanta-se orestes, o homem do museu que era a pessoa descolada mais velha que ela havia visto na vida.

orestes vestia camisa xadrez de flanela por cima de uma camiseta preta, usava óculos pretos e redondos, tinha uma barba branca amarelada de nicotina e naquele momento gostaria de pedir que colocassem as cadeiras em círculo porque fariam um debate sobre o filme.

eis que dentro dela soa sirene gigante e vermelha: isso vai ser uma chatice. e nele surge aquela sensação de que viveu até ali pra compreender um olhar de socorro: 'e se a gente tomasse uma cerveja?'

beberam e riram. riram, beberam, amaram. já se vão um tanto de dias e eles ainda se emocionam.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

assistimos ao filme do renato.
não torce assim o seu nariz, me deixa com a minha nostalgia. sim, eu chorei. porque o nosso tempo está passando. porque as minhas referências se renovam, chegam a outros ouvidos, ganham outros sentidos, mas nunca sairam de onde estiveram pra mim. eu achei que o mundo ia mudar, acreditei que era o meu legado. eles cantaram num rádio-relógio o que eu queria ser e não fui.
sou pós moderna demais pra essa revolução. não sou mais tão jovem. por que diabos o tempo passa?? quero chutar uma geladeira em 1989.
perdeu, tia! perdeu!!!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

escreve pra mim uma teoria da alma. desenha num mapa a coordenada dos meus sonhos.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

entre as estrelas

ela apontou um dedo pro céu e depois de um único suspiro me disse: aquela é sirius. ela é a estrela mais brilhante depois do sol. 
 
- pensei que fosse vênus. (esgotei aqui todo o meu desconhecimento astronômico)
- é que vênus não é estrela, é astro. ele é mais brilhante que sirius e jupiter também é. mas entre as estrelas sirius é a que brilha mais depois do sol
 
continuou como se estivesse lendo num livro do quinto ano: na verdade são duas estrelas, sirius um e sirius dois, mas a olho nu a gente vê como uma só porque elas estão bem juntinhas, uma orbitando a outra.
quase sem intencionalidade me movo uns milímetros pra mais perto (não das estrelas) dela.
 
- e elas estão a só oito anos luz daqui. você sabe quanto é um ano luz?
 
...
...
 
- deve ser uma eternidade.

terça-feira, 16 de abril de 2013

coisas que fazem trinta anos esse ano

1 - os paralamas do sucesso

sábado, 13 de abril de 2013

muito velha para

ter um blog (e cor de rosa)
não me interessa a exatidão, menos ainda a cronologia.
queria que as borboletas morressem por um dia apenas e depois vivessem pra sempre.

terça-feira, 9 de abril de 2013

mano velho

o tempo riscou um mapa na minha cara, levou um terço dos meus cabelos e deixou um rosário sem rezas nem promessas e sem razão pra enlouquecer
como, clarisse, não esmagar as entrelinhas com palavras?

quarta-feira, 3 de abril de 2013

futuro do pretérito:

se fosse como seria?

terça-feira, 2 de abril de 2013

amanheceu e era chuva.
já tenho um carro, mas hoje sai a pé.

terça-feira, 12 de março de 2013

nasci velha

não fui eu quem disse, é que um outro dia me disseram: você está pronta pra ler balzac. olhei minha cara: o tempo passou por aqui.

terça-feira, 5 de março de 2013

a confiança é uma menina caprichosa

sexta-feira, 1 de março de 2013

errei a dose, cresci demais. quando vi já não passava pelo buraco da fechadura.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

saudades

de quem ainda nem foi. de onde ainda nem fui.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

o tempo é uma avalanche

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

juntou cada caco com as mãos desprotegidas, olhando para os próprios joelhos. vazia de qualquer força ou coragem de erguer o rosto e exibir as próprias lágrimas. só aprendeu a assumir sorrisos, estender sempre um braço acolhedor e dividir só o que houvesse de bom em si. embriagada de alcool e lembranças deixou-se ferir. só que a vida corta mais que vidro e cicatriza mais rápido também. a morte lhe sussurou ao ouvido que esperaria até quando ela quisesse, mas que poderia ser agora. eis um bom momento. admirava os suicidas bem sucedidos, aqueles que escolhiam dia e hora e não deixavam margem para o talvez. sempre teve desprezo pelos que ficaram no quase, hesitaram. covardes. tranco-se só com os restos e era impossível montá-los novamente. já não havia conserto, não há enganos. ali uma história se acabou e nenhuma outra pode começar.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

perdidos no paraíso

a passos lentos pelo caminho que vier. nesse calor que faz das frutas maduras mais doces do que as que conhecemos por lá.

lá...

onde mesmo?