terça-feira, 19 de novembro de 2013

eu evito equacionar horas e quilômetros que passo entre distâncias, mas sei que são muitas porque sinto a minha falta em outras vontades, em outras companhias. existe todo um eu infinito em inclinações me pedindo pra ser vivido. não deixo de pensar nele enquanto os pneus giram nauseantes e me impedem de terminar o leminski. fecho os olhos pra não vomitar em cima do livro, rogo uma praga no homem que nos guia. trata-se de um homem em quem eu não confio.
tem alguns dias adiantamos nossas horas o que enche de luz do dia a primeira etapa do meu caminho. gosto de pensar que é só pra isso que existe essa hora que nos chega sem qualquer milagre nos dias mais quentes. gosto também de ficar de chinelo e shortinho num boteco qualquer achando que é dia só porque ainda tem sol.
mas quando olho as paisagens que me acompanham pela viagem, quando o por de sol me faz recordar que do lado esquerdo está o oeste eu não me sinto tão roubada pois passado quatro anos desta minha demanda ainda tenho do que desfrutar.