terça-feira, 16 de agosto de 2011

mais perto

deixei que a melancolia ressacada se espalhasse comigo pelo sofá. e não foi essa distancia de tantos dias que fez brotar uma, duas, incontáveis lágrimas. acho que senti culpa pela boneca que foi pro lixo, acho que foi por ter tocado nas mãos de minha mãe e me emocionou ver o tempo em cada uma daquelas marcas ou porque enfim o calor voltou, mas já não é o mesmo e eu também já sou assim tão diferente.

eu já nasci com saudades. cada vez que me viro e miro atrás o caminho, sinto que me move as lembranças das coisas como elas foram. tantas vezes quis voltar, tantas vezes o desespero das incertezas. em outras foram cheiros, foram risos e ombros, foram lágrimas pelos meus mortos. e sempre sempre essa imensa saudades.

eu não tenho uma estrela no lugar do coração. sou só alguém que sente. as nossas doçuras não precisam se afirmar o tempo todo. sinto que essa ausência embora dolorida, me leva a processos de reflexão que são muito pessoais. essa tranquilidade de nos reconhecer como duas histórias caminhando juntas é o que acalma minhas angústias de menina, um respiro nas minhas imersões de tristeza. hoje já não me entrego a elas.

não há fuga que se compare ao calor da sua presença junto de mim e das coisas que são nossas. e sinto que vai crescendo em mim aquela alegria do reencontro, agora que falta tão pouco. vai crescendo em mim a euforia e os sorrisos. assim, cheios de amor.