terça-feira, 11 de novembro de 2008

pazes

sabe aquela sensação de engolir alguma coisa sem mastigá-la?
pois é, depois de semanas ela passou. e eu não engoli o que estava engasgado, eu coloquei pra fora.

demorou...

primeiro bebi dois litros de suco de laranja. não desceu. três dedos na garganta forçaram o vômito mas o tal 'bolo' ainda me apertava o peito. bem no meio. de todas as sensações que me ocupam, essa certamente é a que mais me dói.

ela tem nome: nó no peito.

sem outra alternativa te procurei. sufocada, te procurei. quando meus olhos alcançaram os teus, ainda hesitei, quis voltar. mas não tinha jeito: subiu pela garganta fácil, como se nunca estivera preso, e despejei pela sua sala, quase acertei sua roupa nova.

foram tantas palavras. mágoas passadas, pedidos por perdão. você me disse que te fiz sofrer, senti teus olhos como os olhos de minha mãe quando me repreendiam. recebi teu abraço e teu beijo na minha testa, chorei. e o dia fez uma pausa pra que você me acolhesse. como se tivesse eu doze anos, como se ainda usasse o velho vestido xadrez.

disse que me adorava. não sei se de verdade, mas tua ternura me fez fraquejar e ser fraca naquela momento me fez mais forte. muito mais do que quando me vou sem olhar pra trás, muito mais do que quando ironizo meus sentimentos e digo que pouco me importa. foi como aquela velha sensação de proteção.

é bom te ter de volta entre os meus. de onde, na verdade, você nunca saiu. ainda há flores por colher no nosso caminho. e partilharemos delas que sempre são nossas.

obrigada! por me aceitar de volta e por ainda me querer bem.