minha mãe toda vida incentivou que eu participasse de retiros religiosos quando em tempo de carnaval. de quase criança que eu ainda era não me parecia uma obrigação, mas a coisa mais natural a se fazer nessa época. passava o ano novo e ela logo aparecia com um folheto com fotos de um lugar qualquer onde aparentemente qualquer jovenzinho cristão poderia se divertir.
não serviu pra me salvar a alma. em alguns anos fiquei conhecida nos retiros como a garota da mala pesada. parei de frequentar depois que me descobriram traficando vinho e vodca em garrafas embrulhadas na minha toalha. confesso que não queria sair e por motivo de que eu estava com 17 e nessa época já andava atrás de pica. o macho era católico, devoto. aprendi até o terço da nossa senhora da divina providencia. não teve jeito, eu mesma me crucifiquei por pecados pelos quais nunca senti culpa.