terça-feira, 5 de outubro de 2010

vinte e quatro

meu socorro hoje foi o aconchego familiar. minha mãe, minha irmã, meus sobrinhos. no carrossel, segurando a gigizinha pra não cair literalmente do cavalo, eu lembrei dos capitães da areia. 'é da hora ser criança, né?' foi o que a carlinha me disse e a gente ficou uma na outra buscando aquela nostalgia boba de irmãs que cresceram grudadas.

pensando nele. a casa, a pia suja, descer o lixo. eu cortei os cabelos, pintei minhas unhas de cor-de-rosa e finalmente encontrei e comprei um chapéu que cabe na minha cabeça grande! não sobrarão coisas por fazer até ele voltar... amanhã já é quarta! por deus, a semana voa e daqui três dias eu vou cair no seu abraço e vai ser tão bom.

ele lá longe com a tal dor nas costas. eu comprei vitaminas com cálcio para os ossos dele. usei o celular alheio e foi tão bom quando se completou a chamada e a voz dele perguntando 'gata?'

estamos sempre juntos quando passa o caminhão que recolhe o lixo. hoje ele não está, mas mesmo assim o caminhão passou. eu olhei pela janela os homens que correm atrás do caminhão, que jogam o lixo pra dentro e levam sabe-se lá pra onde. pra ilha das flores, talvez. desde menina eu sempre achei que em toda cidade existia uma ilha das flores, como a de jorge furtado, mas que na verdade nem é dele. e eu não estava de todo enganada. e olhar as pessoasme faz querer ficar perto, conversar, saber de onde vêm, o que fazem, sobre os filhos, o que comem. e eu me encho de sentimentos instintivos e coletivos pelas pessoas que não conheço.

meu mundo se amplia, o mundo é muito grande e sou eu só nesse apartamento. eu e a lembrança de quando eu te encontrar.