sexta-feira, 5 de novembro de 2010

não vai passar

mesmo se o seu telefone parasse de tocar e o filho da puta que tenta insistentemente falar contigo enfim desistisse de estabelecer diálogo através do seu celular que, por fim, eu desliguei e impedi os outros de me irritarem com o toque polifônico bastante irritante, na minha opinião. foda-se. mesmo assim não passaria, porque de alguma forma eu vou e me deixo ir por caminhos perigosos. eu e as vozes preferidas.

era pra ser uma escrita sobre as peripécias do amor, mas logo na primeira linha está a expressão 'filho da puta' o que, por si só, já destrói qualquer traço de romantismo. se alguma verdade ainda salva eu só posso dizer que não gostaria de sentir. quero dizer, com toda a sinceridade que pode existir nesse meu coração imprestável, que eu queria que passasse.

sair foi a minha fuga. e não poderia existir melhor lugar para uma mulherzinha despeitada ir numa sexta-feira a noite. fui. fiquei pouco. trouxe comida pra casa.

não por acaso a música é a que me faz chorar, trilha sonora do filme que me faz chorar. obra-prima.

se há uma coisa desprovida de qualquer sentido em existir são essas palavras. porque você, onde estiver, está pensando carinhosamente em mim. certamente.