quarta-feira, 2 de março de 2011

eu trago o lixo para dentro

ela estava bem na minha frente e de repente a parede atrás da sua cabeça começou a balançar pra lá e pra cá e não era só uma moça loira introduzindo algo na veia do meu braço esquerdo, eram duas e o braço esquerdo, coitado, um só. dormi e ao acordar tive que encarar fotos horrendas do meu aparelho digestivo ou digestório, que seja. pro diabos essa gente que muda o nome das coisas e vem dizendo: o termo que se usa agora é...

foda-se. sou uma magali. amo comer. comer de tudo. agora resolvi ficar cheia de dedos. é que dói, gente. dói uma dor até bastante suportável, mas constante, irritante e indigesta. dói e me deixa nesse azedume: sem alcóol, sem fumo, sem gordura, sem açúcar, sem sal, sem pimenta, sem molho. vida destemperada.

comi o medo que me ronda de morrer aos vinte e sete vomitando bolas de sangue com câncer no estômago.

é só gastrite.