segunda-feira, 5 de abril de 2010

hoje eu sei a falta que faz. o abandono não significa que tudo por aqui perdeu o meu amor e não é à toa que eu guardo tudo pra mim. tentar recomeçar me parece um tanto forçado, mas é fato que as coisas podem principiar ou se acabar a qualquer momento. posso fazer disso uma regra, ou simplesmente continuar.

hoje eu deveria ter coisas importantes para fazer. mas no meio desse dia cinza fodido eu vi uma nuvem cor-de-rosa e agora eu não tenho mais medo de o encanto não existir. ele existe. e em mim ele está em lembrança de areia quente, de asfalto e muitos passos, na memória de conversas longas e confusas. e ele não há de se desfazer, pois de tudo é só o encanto que eu quero guardar. o que for efêmero eu deixo pra lá.

quem sabe um dia eu não entro num avião e vou espalhar meus ais em outra freguesia. eu queria mesmo era ser livre de mim mesma. ser tão segura quanto eu tento ser. poder ir embora antes de ser decepcionante. quem pouco me conhece deveria dar-se por satisfeito. eu mudei a cor dos meus cabelos e agora eles não combinam com a minha pele. meu irmão disse pra eu tomar um sol que melhora. mas aqui nem tem praia e eu não frequento clubes. pena.

sinto saudades da minha casa. sinto falta das minhas coisas espalhadas. me culpo por ser estúpida e impulsiva. mas não me culpo por ter acreditado no amor. e se não agora, um dia eu terei com quem dividir o que eu guardei pra você, bebê.

às vezes eu queria que as coisas ficassem estáveis pelo menos por algum tempo, não muito. mas tudo insiste em mudar. é bom, mas não é fácil.