quarta-feira, 28 de abril de 2010

mais tarde...

sempre que eu o leio desconfio que existem segredos nas suas asas que eu não sou capaz de registrar, embora estejam evidentemente estampados. ele sempre vem com as mãos carregadas de memórias nossas e não são memórias qualquer, serão sempre doces lembranças, das quais nós nunca precisamos esperar que virassem passado ou nos enchesse de saudades para que víssemos beleza nelas. são belas desde quando foram presente e assim permanecem enquanto são passado e lembrança.

Ele as mantém entre seus dedos e sempre que as dispersa é com doçura e calor. eu, embora relutante, guardei-as numa caixa bonita, para que sejam cada vez mais minhas. sempre que ele brinca com elas desde lá, aqui dentro a minha caixinha se abre e o dia fica mais quente. o calor é a sensação mais aconchegante que existe.

a gente é os lugares por onde a gente caminha, cada passo a frente significa um caminho mais amplo e mais coisas que registramos e que nos constituem. e ele, como ninguém, sabe por onde deixar seus passos.