quarta-feira, 4 de março de 2015

não foi engano

atendeu o telefone com voz de sono e despertou de surpresa quando percebeu que a voz do outro lado não era a do nome registrado no visor do celular. ele pediu desculpas porque tinha dúvidas sobre a conveniência da situação. ela mal ouviu, nunca pensava a respeito de coisas como essa.

não houve como controlar o tom rouco e carregado de antipatia. não conseguiria voltar a dormir. anotou o recado com as mãos vibrantes. adjetivá-las trêmulas não definiria o formigamento que lhe subia dos dedos. um endereço, um até lá. ainda conta os minutos e já passou da hora.