terça-feira, 22 de setembro de 2015

vespertina

aproximo minha cadeira da janela para assim ser tocada pelo sol. não me incomoda o calor, troco os óculos, levanto a blusa e acendo um cigarro usando fósforos de uma caixa que encontrei esquecida numa gaveta. 

tem semanas que não fumo. não sei quantas, algumas, não conto o tempo. me deixo tomar pelo enjoo da fumaça, fecho os olhos, quero viajar, de careta não dá. me envolvo em meu silêncio, ao longe ouço os motores dos carros, ouço as árvores conversando. 

acaba o meu trago, o telefone toca. acaba a minha paz.