terça-feira, 8 de dezembro de 2015

a dialética das coisas

existe uma parte minha que não desiste do que é utopia. esse horizonte pra onde caminho exausta, esse abismo de se sentir. busquei a racionalidade, mas ali não me senti suficientemente profunda. não o quanto me sinto numa roda de embriagues. 

rimos das suas memórias, ofendemos a sua patologia que tão pouco nos importa. eu choraria as dores do mundo sozinha mas eu quero uma dor mais coletiva. eu preciso chorar pelo mundo, chorar por você que mal se deixa levar pelos momentos, eu preciso ferir suas lembranças patéticas, memorias parciais. 

quero te beijar no rosto no meio da rua. quero a nossa entrega e achar graça, quiça até bonito quando nos perdemos e nos deixamos envolver por outras vozes, outras palavras, outras razões. para acreditar que a vida segue, que as decisões estão além da minha existência. se é que existo. 

quando as luzes me faltam busco a poesia. quando a poesia me falta regresso a dor. não busquei culpados porque fui alienada da habilidade de construir julgamentos. me é exaustivo, me falta retórica. 

existe uma luta. nela eu quero ser mais do que sou. vou construindo esse caminho.