segunda-feira, 14 de julho de 2008

haverá estrela

mesmo que eu me distraia
e na minha tristeza
eu me esqueça de olhar o céu
sempre haverá um céu
sempre haverá uma nuvem
a se desmanchar em chuva
pra molhar um abraço
um beijo
um sorriso
ou simplesmente confundir uma lágrima

mesmo que eu não suspire
com o incansável brilhar das estrelas
e se eu não souber o que desejar
quando uma delas
se morrerlá longe
sempre haverá uma estrela
e haverá muitas outras
a se jogare se perder
no silêncio de uma noite sem lua

e mesmo que eu não chore mais
ao ouvir aquela canção
mesmo que a tua lembrança não me inspire
mesmo que eu não me lembre
do seu rosto contra o sol
sempre haverá uma canção
uma poesia
um verso
uma palavra apenas
sempre haverá lágrimas
ainda que contidas
mas que persistem
distantes e vazias
como o brilho pálido daquela estrela