sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

crise criativa?

sim, eu tenho! são tempos de dizer pouco. nem tão esotérica assim, mas me diverte sempre essa história de inferno astral. eu posso ser azeda, melancólica e chatinha o quanto quiser. não sou eu! é o inferno astral. todo ano a mesma história. ai, como eu sou repetitiva e cansativa. outro dia, num desses papos sobre essas baboseiras astrológicas alguém me disse pra relaxar. que idade importante mesmo não são os vinte e cinco, mas os vinte e nove porque aos vinte e nove o planeta saturno estará exatamente no mesmo lugar no espaço em que estivera no dia em que eu nasci. daí eu me lembrei da canção: 'e aos vinte e nove com retorno de saturno, lálálá... nãnãnã...'

foi divertido esse papo, não é a todos que eu canso muito fácil. acho que na verdade é mais a mim mesma. não dispenso a solidão e às vezes eu prefiro encontrar com as pessoas uma de cada vez e conversar até as coisas se esgotarem e aproveitar os silêncios e preencher os vazios. encontros sociais que ultrapassam o número de três ou quatro pessoas me desgastam. ainda assim eu não desisto da idéia de ter uma vida social menos ordinária. quando tudo me irrita eu me finjo bêbada e vou-me embora. não abro mão de aproveitar companhias, não abro mão de curtir ausências.

então agora eu já sei que os vinte e cinco não são nada mais que a continuação dos vinte e quatro. que os astros no céu estão de acordo que idade importante mesmo são os vinte e nove! os anos são só uma forma de contar e organizar o tempo. sou imatura, confesso. sou uma meninaque não queria crescer, que não queria estudar, que não queria trabalhar, e ainda não quero! não posso dizer que sou plena e realizada, até porque nunca estabeleci metas muito ousadas ou bem pré-definidas! eu escolhi viver com um pouco mais de leveza, de desprendimento e disposta a encarar as responsabilidades que essa vida implica.

cansei de me justificar. pela primeira vez na vida eu quis ter uma idade acima da que tenho. queria ter vinte e nove. só para enlouquecer. só para ver o que acontece com saturno e com os outros planetas. e como estarei lá. sem a cara que eu tinha, ainda serei imberbe, porque nunca terei a barba que não é minha. [droga!]

dificilmente voltarei aqui para escrever sobre coisas relevantes, de fato. pelo menos até esses vazios de pensamento passarem. se é que um dia eu escrevi alguma coisa relevante na vida. teve ter alguma coisa perdida por aqui, no espaço físico das coisas que me rodeiam. então, buscarei por elas, coisas que escrevi aos quatorze anos e fingirei que escrevi ontem. só para parecer que é novo. só para parecer que sempre tenho novidades. embora tudo continue estático sob o vermelho do céu.

venha com o vento. faz do vento movimento. voltarei quando voltar de saturno. adeus.