terça-feira, 20 de maio de 2008

pelo caminho

não saberia dizer se é possível ser feliz simplesmente contemplando a vida , mas ao menos torna mais amenas as tristezas que me invadem.

a tempos abandonei o conceito de felicidade e fiz dele apenas um termo que exprime um estado de 'sentir-me bem'. não faço da felicidade meu ponto de chegada, e muito menos o ponto de partida! nunca ouvirá de mim a frase 'eu quero ser feliz' ou 'eu era feliz e não sabia.'

é piegas e todo mundo sabe! (piegas é dizer piegas!) os cáras que escrevem auto-ajuda estão cansados de dizer... a beleza está nas coisas simples e grandes! e mesmo que eles não dissessem ainda assim acredito que me comoveria coisas como uma amizade que temos oportunidade de resgatar.
de repente me invade aquele velho sentimento. nostalgia. eu revivo confidências, bagunças, descobertas compartilhadas e percebo o quanto tantas coisas mudaram! e mais ainda, conto o tempo e me assusto com quantos anos minha memória consegue alcançar.

e é engraçado. e assustador. será que o tempo realmente passa rápido demais? será que a vida é curta? ou será que a vida da gente é que é tão louca e cheia de coisas que nem dá tempo de lembrar de pessoas queridas que partilharam nosso caminho e depois seguiram por outros?

enquanto se está vivo não se pode dizer que a vida é curta ou longa sem relativizar.

não sei. não encontro forma de expressar, e eu me sinto horrível por isso! gosto de saber o que dizer sobre as coisas.
e embora tenha uma vida cheia de trabalho e de tarefas, sinto constantemente vazios. espaços que não se preenchem com palavras, nem que eu tivesse espaço e escrevesse eternamente, ainda assim faltaria tantas outras coisas que minha memória não alcança, pessoas que já fui, coisas que já fiz, sentimentos que vivi e estão espalhados pelo caminho que já trilhei e pelo que ainda irei trilhar e apesar de concondar que estabeli prioridades e descartei coisas, em se tratando de relações humanas, sejam elas quais sejam, não se pode assumir posição de culpa, já que não se trata de estrada de mão única.

odeio a sensação de falar demais por não ter nada a dizer.

mas pouco me importa, também.

importante mesmo é ter sossego e um cachorrinho dormindo no seu colo!