quinta-feira, 9 de outubro de 2008

perdão

perdoa-me, meu bem
por todos os meus 'nãos'
por ter roído as unhas da tua mão
por me afogar nas tuas bebibas
por deixar-te só em nosso passeio.

perdoa-me, meu amor
se o nosso filho já nasceu morto
se há angústia demais nessa espera
se não te surpreendo na chegada.

imploro que compreenda
meu ciúmes
minha inveja
meu rancor
meus pés sempre frios
e as mãos sempre acesas

perdoa pela minha alegria
se não faço silêncio
se não sofro contigo

não me justifico, querido
entendo que se vá
enquanto ainda é noite
se te ofendem meus delírios não castos
não lhe pedirei a benção
é meu pecado andar torto nesse mundo reto
e esse pecado não tem perdão.